17 de março, 2017

“É simplesmente a metrópole mais surpreendente do mundo. É impossível não ficar boquiaberto com a tecnologia, a mistura de cores, a funcionalidade, os templos e a comida – que vai muito além do sushi e do sahimi”, justificou a editora da Azul Magazine, Bruna Tiussu.

Ir antes dos Jogos é também uma oportunidade de conhecer a cidade enquanto seus preços não ficam estratosféricos. Sim, o Japão já é caro – mas não em todos os setores. Comer, por exemplo, é barato – até mesmo nas lojas de conveniência há rolls de sushi de apenas US$ 1. E pode confiar: é tudo fresco e limpo, sempre, em qualquer lugar onde se coma.

Mas se comer é, de modo geral, barato, os passeios podem sair bem salgados. O preço da passagem de metrô aumenta de acordo com a distância (e o número de baldeações) percorrida. Para facilitar, compre nas máquinas do próprio metrô um cartão Pasmo ou Suica, recarregáveis e aceitos também em ônibus e trens.

Ainda assim, se locomover pela cidade é fácil, embora o metrô de Tóquio seja gigantesco e cada estação tenha dezenas de saídas. As informações estão escritas também no alfabeto ocidental, e os japoneses estão sempre dispostos a ajudar (mesmo que nem todos falem inglês). Para facilitar, baixe o app Tokyo Subway, que funciona offline: basta colocar a estação de partida e a de destino e ele fala exatamente onde fazer a baldeação, o tempo e o custo da viagem.

Keita Kadowaki, do órgão de promoção de Turismo do Japão, explica que o plano é que, até 2020, o número de turistas no país suba de 20 milhões, em 2016, para 40 milhões. Para atingir esse número, estão listadas medidas como a abertura de novos escritórios promocionais pelo mundo (incluindo o Brasil) e a diversificação de destinos turísticos.

Se a meta será atingida, ainda não se sabe. Mas é inegável que a cidade está se preparando para isso. De dentro do ônibus, Yuki apontava, enquanto tentávamos acompanhar. “Aqui vai ser um shopping”, “Ali, um prédio de escritórios”, “Um novo hotel”. Renovação, reforma, construção: era difícil passar por alguma área e não ouvir uma dessas palavras.

A começar pela Estação de Tóquio, onde chegam 3.700 trens todos os dias (incluindo os trens-bala). Erguida em 1914, inspirada na estação de Amsterdã, sua bela fachada passou por uma restauração em 2012, mas está coberta no momento em razão de obras de paisagismo, que devem ser concluídas em 2017.

O famoso mercado de peixes de Tsukiji também deveria mudar de lugar até a Olimpíada, mas polêmicas a respeito da nova localização colocam em dúvida se a mudança vai ser de fato realizada. De qualquer forma, vale muito a pena visitar o espaço. Esqueça o leilão de atuns na madrugada – as filas para conseguir um lugar na plateia começam às 2h. Basta acordar cedo para ver peixes enormes sendo cortados, aquários com caranguejos gigantes, estrelas-do-mar. Algumas barracas vendem sashimi fresquíssimo, e os restaurantes do entorno servem pratos baratos e deliciosos. Mas muitos já não atendem mais às 10h, tamanha a demanda de clientes.

Tóquio é uma surpresa a cada esquina. E como o espaço é pouco e as atrações são muitas, um pequeno resumo do fundamental: uma noite no cruzamento de Shibuya; percorrer as ruas de Akihabara, o distrito dos eletrônicos; visitar Harajuku, o point dos adeptos de cosplay; caminhar entre as lojas de grife em Ginza; ver o comércio local do distrito de Yanaka; subir na SkyTree em um dia claro e avistar o Monte Fuji (no inverno há mais chances).

Ou, simplesmente, flanar pela cidade, entrar nas lojas de departamento, se esbaldar nas lojas onde tudo custa 100 yenes (o equivalente a US$ 1), tomar um saquê nos izakayas (pequenos bares) da cidade e um lámen em qualquer lugar apertado, cheio de locais e sem cardápio em inglês. Eis a essência de Tóquio.

Fonte: Adriana Moreira

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